Pedras no caminho
A OMC – Organização Mundial do
Comércio – não é otimista na evolução das trocas internacionais em 2015, previstas
como ligeiramente superiores àquelas de 2014, mas ainda assim algo inferiores
aos 4% de crescimento, patamar considerado insuficiente para alavancar um
desenvolvimento mais robusto da economia globalizada.
No débito, a profunda queda dos
preços das commodities – o petróleo é evidência significativa – empurrados
ladeira abaixo pelo excesso de uma oferta pra lá de exuberante assim como sensíveis
ao menor crescimento da China e de outras grandes economias indústrias que,
diga-se de passagem, recém começam (lentamente) a dar sinais de recuperação da
catastrófica ressaca iniciada em 2008.
Hoje, num mundo onde
o comércio internacional é uma das medidas mais importantes para julgar a
qualidade de sua estrutura produtiva e sua capacidade de competir nos cenários
globalizados, as exportações brasileiras têm também o rol estratégico de
contribuir diretamente para acelerar o processo de desenvolvimento.
Mais exportações
Nos últimos seis meses as
exportações brasileira mantiveram um resultado positivo no balanço comercial,
que já beira os US$ 9 bilhões, rompendo, felizmente, a tendência negativa dos
últimos tempos que marcaram um retrocesso profundo na obtenção de saldos
favoráveis, comuns praticamente em todos os anos da década passada.
Ainda que não dê para lançar
foguetes, desde que esse resultado foi obtido principalmente pela queda das
importações - nisso a Petrobras deu uma boa mão reduzindo drasticamente suas
compras no exterior - devemos também ter em conta que a queda das cotações de
commodities afetou seriamente mais de 60% do valor das exportações originadas
nas terras descoberta por Cabral.
Por conseguinte, com os pés no
chão, sabendo que agora e nos próximos anos, mais do que nunca antes, devemos
vender bens “Made in Brasil” em cenários
de guerra comercial permanente nos mercados pelo mundo afora, não resta
outra solução senão que arregaçar as mangas e buscar soluções para aumentar a
participação brasileira nesse mundo globalizado, sabidamente minguada e
sensivelmente abaixo de suas potencialidades como a sétima economia do mundo.
Nesse esforço é fundamental seguir o caminho das pedras, fruto da
experiência acumulada nas lutas por conquistar mercados além-fronteiras, assinalado
por fatos simples, porém de efeitos contundentes, como o de incorporar mais empresas ao processo
exportador, incluir mais produtos, abrir mais mercados, garimpar novos nichos e
manter constância no esforço para oferecer bens de qualidade com preços competitivos.
Ou melhor, em síntese, oferecer: condições melhores e preços menores que a
concorrência de uns 100 países que fazem o dever de casa e tem chances de
abocanhar parcelas maiores do bolo mundial.
O efeito colateral
Nunca está demais insistir que na maioria das organizações – e devemos
voltar a enfatizar especialmente as P&M industriais – existe uma íntima
correlação entre ambas as esferas de ação, mercado externo e mercado interno
que, de uma forma ou outra, se fortalecem mutuamente ganhado em eficiência e
qualidade de gestão quando partilham criteriosamente os ensinamentos derivados
das atuações nas duas áreas de atuação. O
que, traduzindo, vender no exterior é uma força positiva de efeitos provados
para ganhar competitividade dentro das fronteiras nacionais.
No atual panorama conturbado pelo qual está atravessando o país que,
acreditem, passará como tantas outras vezes, os esforços, investimentos e
energias despendidas na internacionalização terão, também, sem dúvida, recompensas
compensadoras na conquista de melhores posições no mercado interno.
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