terça-feira, 15 de setembro de 2015

UM CAMINHO VIRTUOSO

Pedras no caminho

A OMC – Organização Mundial do Comércio – não é otimista na evolução das trocas internacionais em 2015, previstas como ligeiramente superiores àquelas de 2014, mas ainda assim algo inferiores aos 4% de crescimento, patamar considerado insuficiente para alavancar um desenvolvimento mais robusto da economia globalizada.

No débito, a profunda queda dos preços das commodities – o petróleo é evidência significativa – empurrados ladeira abaixo pelo excesso de uma oferta pra lá de exuberante assim como sensíveis ao menor crescimento da China e de outras grandes economias indústrias que, diga-se de passagem, recém começam (lentamente) a dar sinais de recuperação da catastrófica ressaca iniciada em 2008.

Hoje, num mundo onde o comércio internacional é uma das medidas mais importantes para julgar a qualidade de sua estrutura produtiva e sua capacidade de competir nos cenários globalizados, as exportações brasileiras têm também o rol estratégico de contribuir diretamente para acelerar o processo de desenvolvimento.

Mais exportações

Nos últimos seis meses as exportações brasileira mantiveram um resultado positivo no balanço comercial, que já beira os US$ 9 bilhões, rompendo, felizmente, a tendência negativa dos últimos tempos que marcaram um retrocesso profundo na obtenção de saldos favoráveis, comuns praticamente em todos os anos da década passada.

Ainda que não dê para lançar foguetes, desde que esse resultado foi obtido principalmente pela queda das importações - nisso a Petrobras deu uma boa mão reduzindo drasticamente suas compras no exterior - devemos também ter em conta que a queda das cotações de commodities afetou seriamente mais de 60% do valor das exportações originadas nas terras descoberta por Cabral.

Por conseguinte, com os pés no chão, sabendo que agora e nos próximos anos, mais do que nunca antes, devemos vender bens “Made in Brasil” em cenários de guerra comercial permanente nos mercados pelo mundo afora, não resta outra solução senão que arregaçar as mangas e buscar soluções para aumentar a participação brasileira nesse mundo globalizado, sabidamente minguada e sensivelmente abaixo de suas potencialidades como a sétima economia do mundo.

Nesse esforço é fundamental seguir o caminho das pedras, fruto da experiência acumulada nas lutas por conquistar mercados além-fronteiras, assinalado por fatos simples, porém de efeitos contundentes, como o de incorporar mais empresas ao processo exportador, incluir mais produtos, abrir mais mercados, garimpar novos nichos e manter constância no esforço para oferecer bens de qualidade com preços competitivos. Ou melhor, em síntese, oferecer: condições melhores e preços menores que a concorrência de uns 100 países que fazem o dever de casa e tem chances de abocanhar parcelas maiores do bolo mundial.

O efeito colateral

Nunca está demais insistir que na maioria das organizações – e devemos voltar a enfatizar especialmente as P&M industriais – existe uma íntima correlação entre ambas as esferas de ação, mercado externo e mercado interno que, de uma forma ou outra, se fortalecem mutuamente ganhado em eficiência e qualidade de gestão quando partilham criteriosamente os ensinamentos derivados das atuações nas duas áreas de atuação. O que, traduzindo, vender no exterior é uma força positiva de efeitos provados para ganhar competitividade dentro das fronteiras nacionais.

No atual panorama conturbado pelo qual está atravessando o país que, acreditem, passará como tantas outras vezes, os esforços, investimentos e energias despendidas na internacionalização terão, também, sem dúvida, recompensas compensadoras na conquista de melhores posições no mercado interno.

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